segunda-feira, 18 de fevereiro de 2002

São Francisco de Assis

Tigre e Cobra se cruzam no meio do caminho televisivo e choram carnes de globos oculares e falanges de dedos ativos em teclas de controles remotos. Tigre rosna alto e controla a árvore, Cobra rasteja e segue os buracos feitos pelas patas do Tigre. Tigre sobe na árvore e morde os frutos oculares vermelhos de tanto olhar. Cobra é esperta e morde o Tigre. Tigre ataca, mas o veneno é forte, Tigre cai embasbacado pela agilidade da cobra cabeçuda. A venenosa ri alto, risada que todos conhecem, e com a mesma potência adquirida com a vivência frutífera do Tigre, a cobra come os dedos que controlam os troques de distroques da televisão. O Tirgre regurgita os globos oculares, a Cobra come-os. O Tigre dá uma patada que zonzeia a Cobra. Na força, a cobra aceita qualquer remédio para levantar os números de sua dieta. E logo lembra que foi na casa do Tigre que a Cobra cresceu na vida. A Cobra rasteja para o caminho dos Ratos e das Fornicadoras. O mundo poderia ser bem melhor sem uma fruta chamada ibope.

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