quarta-feira, 13 de fevereiro de 2002

Dúvidas existenciais

Então: o malcriado me escreveu de novo (já vou assumir que ele é homem, apesar do nome meio híbrido, porque espero que nenhuma mulher se dirija a mim com essa falta de educação). Quer dizer, eu respondi o e-mail dele, e agora ele deu reply no meu e-mail. Vejamos:

Nao entendi! Vc mantem um blog na Internet e acha que ninguem lê? Seu blog
tem um link em outras páginas de pessoas que leem. Nao seria melhor vc fazer
um diario num caderno entao?


Bom, já que a santa resolveu me atazanar por causa dos meus "relatos pessoais" e do meu susto com a interatividade do e-mail dele, resolvi responder aqui no blog, pedagogicamente, a todos os leitores. Eu não sei quantos de vocês escrevem/lêem blog nem há quanto tempo. Até um mês atrás, eu nunca tinha ouvido falar nessa palavra. Viu só? Como tem gente mal-informada nesse mundo?

Então. Quem me chamou aqui pro mannicommius foi a Biba Blandy, que é irmã da minha melhor amiga (e minha amigona também). A gente se conhece já há uns bons doze anos. A Biba conhece meus textos, sabe que eu gosto de escrever e achava que eu tinha jeito pra coisa. Então, embarquei nessa história de blog. E qual é a proposta do blog, perguntei pra ela? Ah, cada um escreve o que der na telha... com o tempo você pega o jeito.

Beleza. Tem dias que a gente faz uma piadinha sobre a globeleza. Outros que a gente dá uma poetizada sobre Matrix. E tem dias que tá tudo tão merdorífico que a gente só reclama da vida mesmo! Agora, eu não espero, quando escrevo sobre as minhas reflexões deprê, que as pessoas se solidarizem e comecem a me escrever mandando eu me "mancar". A idéia da escrita é permitir que as pessoas se identifiquem de alguma forma, ou se emocionem, ou sintam raiva, mas pelo meu TEXTO, não por mim ou pela minha vida. Eu não sou isso aí que eu escrevo, viu, gente? Repito: crianças, não acreditem em tudo o que vocês lêem.

Além disso, saber que você está exposto à rede é uma coisa; perceber concretamente a existência de alguém do outro lado da linha é outra. Quantos de vocês, no começo da internet, não ficaram encantados de receber pela primeira vez um e-mail daquele cara/ daquela mina com quem vocês haviam falado no IRC, mas não sabiam se ia colar? Meu caro Lintz: como você pode notar, há cinco dias eu sou a única pessoa que escreve aqui no mannicommius... todos os outros doentes estão pulando carnaval (ê, foliões!). Quando eu ia imaginar que LOGO VOCÊ ia tar aqui, plugadinho, acompanhando linha por linha a minha vida sentimental? Assustei mesmo, nega...

Enfim, acho que já desenvolvi suficientemente o meu ponto. Não escrevo diário em caderno porque a minha intenção não é guardar os meus segredinhos a sete chaves. Sou uma mulher adulta, de quase 23 anos (aê, colegas na loucura! Não se esqueçam do parabéns dia 18, hein?), com bastante consciência sobre mim mesma (atenção, pessoas que escrevem diários: nada contra vocês. Apenas não é a minha praia, nem nunca foi, nem quando eu era adolescente). Escrevo num blog porque tenho prazer em escrever e socializar A MINHA ESCRITA.

Se em algum momento eu entendi mal a proposta de um blog, por favor, me comuniquem.

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