quinta-feira, 8 de novembro de 2012

EGO

Gostaria de me apresentar
como o único
mas me vi impossível
em minhas limitações

Por minha sorte
há o ego
infinito e índigo
perspicaz
amo a mim mesmo
sou autossificiente em minhas entranhas

Aí me vem o externo
O alguém de fora
me coloca no lugar
"Hei de dar um soco
nesse cara aí", diz EGO.

Não podemos
infelizmente
não podemos

Mas a vontade é enorme
Maior do que mim mesmo.

Poema sem título

Suave era o sabor
de seu lábio

Suave era o sabor
de todos eles

Engraçado como a coisa cresce
à sua presença

Hoje sou reticências
Ao bel-prazer de suas auroras
Adoro quando me desperta
Adoro quando nos desperta

E diz,
"Vamos, a neném dormiu"

Hoje,
sou apenas a presença da sua pessoa
Indumentária da tua existência
Você é o meu amor
Amo esta tua essência.

Grandiloquência

Intrometida
Linda
Necessária
Baixinha

Incomoda-me
a cada noite
que me pede
para dormir comigo

Lembro-me quando chegou
Expelida
Entre amores que só usei
E agora são seus, que ciúme!

Sabe o que é pior
Este não me incomoda
Até me apavora
O quanto me devora

Agora é dona de tudo
Até de minha desorganização pessoal
O meu peito também e todo seu
Que capacidade que tem, hein?

Doutor Johnny

Não era de se esperar
Que este teu suspiro
Não veio a representar
um alívio

Bem eu sabia
que era apenas um ponto final
nessa nossa sina
de voltar de tempos em tempos

Posso me arrepender
Porém, gostaria de salientar
que não te quero mais
não mesmo

Deixe-me sozinho
Não se esgueire pelo meu copo
Não corroa o meu gosto
De te sentir uma vez mais

Agora que é só uma garrafa
sem mais nada a oferecer
Peço, não me incomode
Não preciso mais me consultar contigo.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Ah, tá

Escrevi uma carta de amor
rasguei, sofri
Uma carta de saudade
amassei, nem li
Mudei de caneta
acabou o papel
Escrevi um email
a internet caiu
Acordei e sorri