domingo, 5 de agosto de 2001

O Ressecar
(Márcio Calixto)


Cai a água
E seca a alma
Ode e calma
Necessidade distante

Cai a alma
A seca d’água
Benevolência
O momento e o instante

Cai a cossecante
Onde o resto não está
Num sopro de sombras
Ressecar

Se você não pode me tocar
Então deixe-me aqui
Um disperso sentido de altruismo
Dispersa a necessidade de multidão

Mas a cossecante tangencia
O norte complexo a matar
Cai a noite junto ao dia
Ressecar

E se a água uma vez comigo esteve
Você foi capaz de me amar
E agora que deito em leito
Ressecar

E se seco de novo
Cai a lágrima de uma nuvem
Vejo o Deus aqui estar
No meu momento; ressecar.



Ainda estou me achando morto, mas sabe quando bate aquela vontade de dizer tudo e só pede um único momento? Levanta a tampa do caixão meu rapaz! Tangencie a sua cossecante e grite o mais alto brado e assemelhe-se a si mesmo

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