domingo, 5 de agosto de 2001

O momento e Aquele que chegou em primeiro
(Márcio Calixto)


Entre horas e formas objetivas
Vai-se a nação atrás do que se quer
É a hora cavalgando; pessoas andando
É tudo tão formal e correlato.

São várias pessoas e vários caminhos
Eu ainda ando sozinho
No meio de uma multidão
Vem-se carros à contramão

E se todos os ponteiros parassem
E pairassem aqui
Seria o momento de reagir,
Ou aceitar que somos regrados?

Acorda e dorme e no meio se reage a fome
Sobrevive assim e mais um dia feliz
Amanhã será igual, e tudo tão formal
Formal até demais, um excesso de cotidiano
E se todos os ponteiros parassem
E ficassem esperando o momento
O segundo certo, de chegar em primeiro
Paralisar um dia inteiro?
Um cheiro de morte, a sorte solicita
O cotidiano da vida, não se morre todo dia
E na verdade,
Nem ao menos viveu, sofreu.
Ao Segundo exato!

Olho para frente
Paro diante de todos
Em seus rostos
Seus gostos
Seus corpos
Apressados
Um dia
Acostumado
A não errar
Mas e se acontecer
Quem é que vai sobreviver?

Segue-se a Hora por piedade
Jurado de uma maldade milenar
Nunca parar de cavalgar
Já que dependemos tanto de Ti
E se um dia, chegar ao fim,
Avise-nos antes,
Para viver um dia a menos.
E assim descobrir
O verdadeiro sentido da vida

Mas olho em diante
E ninguém me escutou falar
E se ao menos eu berrar
A Hora é já!
Durmo para Eu poder te descobrir
Já que vivo eu choro demais

E jurado de uma maldade milenar
Nunca devemos parar de olhar
A Hora, dependemos agora,
O sempre, o antes, o eterno.
O homem veste seu terno,
E vê quantos Segundos perdeu
Sem ao menos beijar seu filho
Que sente sua falta, desde sempre e agora.


Não precisa muito de explicação, até por ela dizer por si mesma, mas ainda existe a necessidade do momento

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