quinta-feira, 28 de junho de 2001

Epopéia Insignificante I - Epopéia Insignificante II (A morte é quem conduz a dança)


Epopéia insignificante
(letra: Márcio Fernando Santiago Calixto)
(música: Alexandre Furtado Simião)

Enquanto portas e janelas se fecham
O som das palavras incomodam muito mais quando ignoramos
Homens e mulheres se prendem a conceitos, jeitos, preceitos, pré-conceitos de uma nova forma de se unir

E se não fizermos; quem fará por nós?

Paredes se pintam com cores que agradam
E nos dizem o que deve ser feito
Pois somos aquilo que podemos absorver

Fatos e formas nos confundem, surgem em nossas mentes cores baseadas no escuro

Puro é o ser; que deve conceber
E se não for o que podemos fazer
(rejeitar é uma forma de destruir; unir o nada ao acabado incompleto)
E crianças correm por um campo virtual
Mas que legal
Não preciso me preocupar
Se ele vai se machucar
Mas será que no final; ele vai saber se levantar?

A imagem que te passo não é uma imagem real
Mas quem se liga, nada mais é natural?

A base de remédios eu fico feliz
Enquanto homens e mulheres perguntam se há um jeito
Outro jeito
De ser mais perfeito

Mas mesmo assim
Portas e janelas não se abrem
Se conformam
Que não há mais nada para se acertar
(aceitem, aceitem, aceitem se quiserem)
(aceitem, aceitem, aceitem se puderem)

Mas se o que vale é a imagem; o que somos em frente ao espelho?
Somos aquilo por um desejo; ou por que devemos ser assim?

Enquanto meninos e meninas correm pela vida
Sentados em frente a tela viva
Eu continuo a me preocupar
Onde vamos parar

Mas mesmo assim minhas portas e janelas
Nunca estarão abertas
Talvez coloridas
Com a bela cor sofrida.

-------------------

A morte é quem conduz a dança (Epopéia insignificante II – O desespero é um coração que se quebra ao perceber a falta de possibilidades)
(letra: Márcio Fernando Santiago Calixto)
(música: Francisco Eduardo Macedo Torres & Márcio Fernando Santiago Calixto)

Andando e correndo pelas ruas da cidade
Eu ainda estou sentado esperando que a vida traga algo de melhor
Ainda não percebi porque todos desesperadamente andam só
Por que em meus olhos eu vejo isso como uma enorme maldade

Minha barba por fazer; pessoas correm para a vida melhorarem
Em seus ternos bonitos; eu acho que fui esquecido
Minha angústia cresceu assustadoramente neste último copo

Eu só o encarei; e ele me assustou
Na verdade me amedrontou; será que também conseguirão ver?
A voz assustadora que no final a todos encanta
A Morte é quem conduz a Dança

[pequeno solo]

Andem e corram pelas ruas da cidade
Estou sentado e percebendo como a vida nos deixa só
Numa eterna tentativa de melhorarem o que há de pior
Só sei que fumarei o próximo cigarro, amassado sobre a verdade

O chão é quem sabe de tudo
E eu o encaro nos olhos
E ele chora por mim
Ainda não é minha hora

Eu choro por estar errado

[solo]

Num copo afoito
E um cigarro desesperado
Eu chego ao fim
Sem Ter concluído

Num café com biscoitos
Um amante escreve ao apaixonado
E percebe ali
Que é a Morte quem conduz a dança

[solo puxando prum ritmo calmo]

Andando e chorando pelas ruas da cidade
A maldade que eu falo; por bondade eu me calo (assim é melhor)
Agora eu percebi porque todos andam só (assim é melhor)
Mas porque em meus olhos eu vejo isso como uma enorme maldade?

[parte pesada como se fosse um choro]

Ainda não realizei
A vida é assim
É uma regra; uma lei perpétua
Que eu não aceito
Tão complacentemente

Quando perceberei
Que eu estou errado
Aqui jogado às baratas
Num escanteio urinado
“complacedentemente”

E num copo afoito
E um cigarro desesperado
Eu chego ao fim
Sem Ter concluído

Num café com biscoitos
Um amante escreve ao apaixonado
E percebe ali
Que é a Morte quem conduz a Dança!


Nenhum comentário: