quinta-feira, 17 de janeiro de 2002

O texto que escrevi matando o P.I.R.U.

Em primeira mão, antes do Cocadaboa, mas ja sabendo que este texto não vai mais ao ar!
Quem quiser não leia, mas é podre.

O Doce Brio de Inocência


Este texto aqui será bem diferente de todos os que já foram escritos nesta coluna, se você está esperando por algo escrito por P.I.R.U., deixe de lê-lo a partir de agora, pois este não o será. Hoje, quem o escreve é Márcio, o autor verdadeiro desta coluna. Fui eu quem criei o personagem P.I.R.U. e que tem me causado algumas controvérsias em vida que me fizeram muito mal estas últimas semanas.


O doce brio de inocência é como vemos a vida, a forma mais bela como a enxergamos, a forma como a definimos, a forma como a queremos. É paupável que cada um siga sua escolha, independente das ações que aconteceram por cumulativo. A vida é uma acumulação. Mas temos que dar razão ao Amor. E não gostar com excesso, mas entrar bem fundo nessa coisa que não dá pra ser definida.

Se durante todo esse tempo em que encarnei o P.I.R.U. e falei de sexo ou coisas que são relacionadas com o poder da carne e nosso lado mais animal (por isso eu chamo a minha coluna de Em carnação - que quer dizer eu encarnando o personagem e o personagem falando de carne e o poder dela), é porque toda essa força é movida por um único detalhe, por uma vertente. E não é somente pelo instinto, mas também pela necessidade. O instinto nos leva a esta força. A força nos leva a querência. A querência nos leva a saudade. A saudade nos leva a dependência. A dependência nos leva a carência. A carência nos leva ao carinho. O carinho nos leva ao Amor. É por isso que digo que é instintivo se sentir bem com um amigo numa mesa de bar, pois rir da piada mais sem graça regada a umas doses de cerveja ou de uísque misturado a um charuto não deixa de ser um carinho ao ego do seu amigo. E também ao seu. Não deixa de ser Amor. Na sua forma mais inocente. Logo, é instintivo amar. E não quero que pensem que isso possa ser confundido com apreço ou compaixão, pois essas duas formas de sentimentalização não deixam de ser puras criações racionais do ser humano. Vai-se, agora, de novo, relatar sobre o lado animal, mais instintivo. Não se esqueçam, isso aqui é Em carnação. E nunca vai se perder essa caracterísitica de ser ligado ao instinto.

Já começa por uma coisa, Amar é verbo intransitivo uma ova. É transitivo direto preposicionado. A eterna depêndencia é feita com a pessoa que você vê a seu lado, e o dia que tu não a vires, você vai saber o que é chorar de verdade. E saudade e dependência são ligações diretas vivas que ninguém consegue controlar. E se você quer realmente descobrir tudo o que a vida pode lhe oferecer, Ame alguém. Não somente para ter alguém para sair a noite, mas para conversar na hora que chegar. Ame mesmo, como se fosse a última vez que estivesse a ver a pessoa, pois um dia, pode vir a ser.

Amar, também, não é somente sentir saudade, mas é também aplacar eufemismos. Nada de ser brando, tem que ser único, momentâneo e sempre, sempre mesmo, olhar para o lado e ter orgulho da pessoa que ama. Não é somente ela que te faz feliz por um hora ou duas, mas é ela quem vai fazer você entender o verdadeiro motivo de se estar vivo. Um sorriso aniquila qualquer coração gelado, um elogio acaba com qualquer carapuça de vaidade ( e claro, cria outra) e elogiar vicia. Não somente quem elogia, mas também quem é elogiado, e elogiar faz parte do instinto humano, pois é diretamente proporcional ao Amar. E quando se é elogiado, você fica na expectativa de receber outro, independente de data ou coisa desse tipo, mas sim de sentir falta quando ele não vem.

Mas, eu tenho que relatar. Eu sou uma besta humana. Às vezes, não sou capaz de perceber certas coisas, talvez até por causa da minha pouca idade e também imaturidade. Amar, para mim, sempre foi algo meio distante, meio impossível de se pensar existir, mas vi que pode estar ali adiante. E o inverso do Elogio é a magoa, e cometi esse erro. Só que o cometi sem perceber, e agora que vejo o quão ruim eu fui, eu vejo o quanto eu errei. Conselho de amigo, saiba raciocinar antes de fazer algo. Um passo adiante ao outro, e faça as coisas aos poucos. Sempre que pensar em fazer alguma coisa, olhe-se no espelho e se imagine com o que se está afim. Pense como consegui-la, realize com cautela.

Fui imaturo, por achar que estava agradando, mas na verdade, sufoquei. E não somente a pessoa que eu não via estar sufocando, mas eu também estava me sufocando, mas eu queria agradá-la. De qualquer forma, eu queria agradar. Cometi um erro, estou pagando por ele agora, e isso está me aniquilando, e juro, me forçando a loucura. Sabem o que é isso?! Preciso responder?!

Bem adiante, eu encontrei o terror de ficar em Tempo, parado e imaginando o que pode ser o erro, mas existe uma Babel de fatos e correlações que transformam qualquer alfinete em uma espada cortante. E você acaba se cortando no alfinete, e quando menos espera, o sangue esvaiu-se na lascívia da carne. Morto. Por não ter quem você ama. E amar faz falta ao ego. Faz muita falta.

Eu amo Raquel. Como vocês já puderam ver em algumas edições da nossa Rádio Cocadaboa, que sempre aparece como namorada do Personagem. Não. Ela é namorada do Márcio, o personagem, como já dá a característica de personagem, é criação minha. Então tomem cuidado, para não ocorrer super-interpretação. E na verdade, essa será a única vez em que lerão o meu nome. E por aí acaba. Para poupar ainda mais a minha identidade.

Isso vale para todos, o que realmente deve acontecer é encontrar a pessoa certa e amá-la, conquistar a mesma pessoa várias vezes para que o relacionamento fique melhor. Para nós, homens, vou dizer alguns, pois eu não me encaixo nesse grupo de desordeiros, vale mesmo conquistar várias, comer todas. Sou adepto da monogamia mesmo. Encontrar, com a pessoa que gosta, a verdadeira expressão de Amar, saber, entender, vibrar, gostar, acariciar, presentear e ser eterno adorador dos feitos e feitios da pessoa que gosta. Homens, é disso que elas querem mesmo. Não é ficar aos pés, mas ficar ao lado, sem desvios de caráter ou ação, mas de ser sempre o amigo que elas querem junto. Amor não passa de uma boa amizade. E não vou negar, estou sentindo falta dessa minha amiga companheira de tanto tempo.

Não desejo a ninguém o que eu estou sentindo nestas últimas semanas, e espero para todos que encontrem mesmo o doce brio de inocência, pois eu encontrei o meu, a minha vertente, o meu prazer, o meu tótem e o meu elixir de boa saúde. Ter encontrado Raquel, não é somente ter me encontrado, mas é também saber que posso ser feliz do jeito que sempre sonhei poder, e que não desperdiçarei essa chance, por nada neste mundo. E por todos aqueles fãs que me mandam emails cotidianamente, comentando o que o P.I.R.U. vem a relatar, e eu a encarná-lo, pois na verdade não sou eu quem escrevo, é P.I.R.U. quem pede, não pensem diretamente em depravação das palavras que ele usa, mas o que realmente o nosso amigo Poeta Irresponsável Ruminante e Urinador faz para tornar a vida da mulher que ele tanto ama melhor e mais feliz. Ele é um caso como vários homens que existem por aí, que uso a carapuça deste personagem para criticá-los, como dependentes de sexo, que só servem para fazer a mulher feliz numa noite, e que ele faz por amor ao sexo. Pense bem se será amante por uma noite ou amante para a vida inteira, eu posso dizer que para a vida inteira é gorgealmente falando, deveras melhor, e que uma noite não tem graça diante uma vida de conquistas diárias. Amo o meu doce brio de inocência.


Márcio - aquele que ama muito a sua namorada e que tem reais expectativas de vida eterna com ela.





Nenhum comentário: