sexta-feira, 8 de março de 2002

Num só golpe, o pesar

Tanto tanto, que se faz pranto, o valor, de agora estar parado e ignorando, o conteúdo uma vez refletido, e visto que fôra, por fora, tão lindo. O quão esquisito é, por fé, entender a praia, uma vez bestial de valores humanos, e dado as carnes que queimam ao sol, a procura de carne que se efervesça como dengue em terra de vasos molhados e pneus abertos. Sofremos por estarmos preparados para o dia de ontem, que se serve a hoje entender o que passou, e o que vier, pode vir a ser lucro. Mas não é. Para lucro, precisa dinheiro e investimento, e para investir, se precisa do negócio. O negócio se foi, e nas entranhas dos olhos cai o cuspe do céu nervoso, e gozo do choro dos inimigos em sua cabeça pisada e demarcada por solas que entumesciam o seu caminho. Cai o choro de um colo vizinho, e a mão se estende, figura de expressão, meu rosto compreende, e saio do salgo sabor de saber, dissaber que se fala com raiva. Cai o golpe da lágrima, e seu sorriso não contagia mais, na pisadela adiante, as pernas são fracas e se falecem. Estico a mão, e não vejo mais o ombro amigo, o chão se abre e sou consumido em trevas, e no escuro café leitoso dessa noite, eu fixo meus olhos no calor do nervo, do sangue que se cospe do coração sem mais um sentimento, do pranto que se fez tanto tanto por um valor num conteúdo de sentimentos que foi por este espaço destroçado e agora, é tão frio. Penso, mas não desminto, e agora simplesmente é, tudo tão frio. Não tremo por estar sem roupa, mas tremo por estar sem carinho. Seu atrito me faz falta, e agora a roupa está sem alma. E ao encostar no chão, o baque, de secar os olhos, dissecar os valores, de se cá eu tiver alguém, que por favor, me enterre, mesmo que nunca tenha me visto. Eterno mendigo do amor inabsoluto.

Nenhum comentário: