segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Quebra de protocolo

A apresentação do Rio de Janeiro no encerramento dos jogos olímpicos de Londres me levou a concluir que temos vergonha da nossa cultura. Uma vergonha doentia, eu diria.

É curioso como, em pouquíssimos minutos de apresentação, muitas mensagens depreciativas foram proferidas por nós, brasileiros, nas redes sociais: "Impossível competir com as bandas X, Y e Z", "Samba e índios, que péssimo" etc. No mesmo instante, alguns ingleses afirmavam que a apresentação brasileira foi a melhor parte do encerramento.

Lembrei de um termo que pode expressar este tipo de comportamento: ejacular com a genitália masculina de outrem. Defendemos com unhas e dentes algo não que não foi concebido por nossa cultura e avacalhamos o que é feito aqui, como se não fôssemos capazes de feitos brilhantes e interessantes para o mundo.

É óbvio que temos muitos problemas, mas fazemos o de sempre: reclamar e colocar a culpa nos políticos ou no próprio 'povo'. É bem perverso o modo como utilizamos o termo 'povo brasileiro'. Parece que, ao menciona-lo, nos colocamos na estratosfera e nos excluímos imediatamente de qualquer problema: "Olha, a culpa é DAQUELES brasileiros ali, não estou incluído porque sou diferente e 'culto', viu?"... Faça-me o favor, né? Todos nós constituímos o 'povo'. Logo, a culpa é NOSSA.

Precisamos parar com o complexo de vira-latas e percebermos que nossa cultura é muito rica. Temos bastante coisa para mostrar, as olimpíadas de 2016 proporcionarão muita alegria e nos deixarão orgulhosos.

Quanto aos prolemas... Ao invés de criticarmos, vamos fazer algo útil, que esteja ao alcance de cada um. É o único meio de evoluirmos como grupo. Ao invés de criticar, faça.

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