quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Dupla personalidade

Há nesse quarto

uma luz retinta

estranha

infeliz

E mais nada!

É o monitor

que exige,

- Escreve, maluco! Escreve!

E maluco escreve

Quantos estão digitando madrugada adentro

Iluminados

pela chama incondizente do sono

que se soma ao suspiro de possibilidade da luz do monitor.

Quantos?

Só aqui são dois:

eu e a suposição

de que se for dormir

um poema eu vou perder.

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