domingo, 30 de março de 2003

Bate-papo


Umbiguismo.

Não vou negar que ando num período de produção grandiosa para o meu trabalho enquanto que para o site, eu estou numa completa falta de imaginação para escrever. Voltar ao antigo personagem para mim está sendo mais difícil do que foi sair dele - algo que na verdade eu não deveria ter feito nunca, não seja babaca de tentar agradar aos outros - e agora, tentar escrever algo que preste e que chame a atenção está me sendo custoso demais a ponto de eu voltar a pensar em passar o ponto e deixar mais um bom restaurante para o Manoel e Joaquim comprarem e fazerem mais um boteco de meio de esquina para Zoneiros da região Sul do Rio de Janeiro. Estou torcido.Muído e quase totalmente aniquilado por não conseguir dar continuidade a tudo aquilo que faço um primeiro parágrafo e não sai, não sai não sai nãosai de jeito e maneira.

Sem ar. É como me sinto.

Queria poder mesmo parar um minuto, espraiar o ópio da minha imaginação e deixar que as palavras borbulhem no alguidar da criação e feijão saia gostoso, negro, chumbo puro de raiz de criação artística. A coisa está estranha para mim. Não vou negar.

Porém, na contramão de tudo, estou trabalhando e dando as melhores aulas da minha vida. Qualidade pura, do jeito que sempre quis. Vomitando conteúdo a dor e sobra e estudando como um porco focinha o próprio alimento, trazendo à tona o odor da farta alimentação.

(Eita porra)

Mostrei ao meu amigo colunista Odisseu Capim a frase de mais um romance que iniciei e deixei o primeiro parágrafo ganhar raiz:

"Estamos bêbados. Estamos todos bêbados e inebriados em nós mesmos, mesmo não sabendo como viemos a nos tornar bêbados."

Ele falou da seguinte forma: Gosto de você assim. Verborrágico.

Já vi que não posso trabalhar muito o texto, ele precisa da respiração unívoca.

Tal qual esse que estou fazendo agora, que não chegarei a corrigir ou ver os problemas da morfossintaxe das frases. E que se foda Chomsky em tudo isso. Que se foda Saussurre em tudo isso. Que se foda Mattoso em tudo isso. Que se foda eu mesmo em tudo isso.

Eu sou apenas mais um chato
Eu sou apenas mais um chato
Eu sou apenas mais um chato

E mais nada. Pelo menos, essa tarde, eu consegui de uma forma ou outra, dar um trepada de responsa. De ficar com as pernas bambas, de pau duro mesmo pós-porra e com a minha namorada sorrindo por ver aquela piroca ainda acesa com aquele corpo inerte, fudido, gozado, suado, fedorento, de pelos molhados e rindo. E rindo muito. Rindo até demais.

Gozar é bom pra caralho.

Mas sinto falta desesperadamente de escrever um texto que seja porreta, que faça a minha caixa de emails do cocadaboa ficar cheia de imbecilidades, alguns falando que eu sou um merda, outros falando que meu texto está genial, outras querendo saber como é que é essa siririca que eu tanto escrevo. Outras querendo somente saber se sou fudível e outras coisas a mais.

Fodam-se todos.

( A voz verbal ainda é fabulosa.)

E por isso, querida amiga Biba, como eu vi o seu aval para que eu possa publicar a nossa conversa via icq, eu quero mais é que minha consciência exploda. Aquele dia gozamos um em frente ao outro, mostramos tudo que tínhamos que mostrar e falamos de boquete e de buceta e de piroca e de gosto de porra e de buceta - coisa que eu adoro - e querendo ou não, um dia eu quero ver outra e outra e outra.


Ah, quero saber a repercussão do email que lhos foi mandado.

E que se fodam todos os tolos e bobos dessa corte enlouquecida de sucesso financeiro e falta de bronha de fim de tarde.

Como eu sei o meu horário...


quinze minutos.

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