sexta-feira, 20 de junho de 2003

Tudo por seu toque

Quando o nunca se torna um sopro de soberania e tudo que você um dia pensou que não viria a ser, acaba-se no fogo da respiração, sabe-se que aqui ali ou adiante de si mesmo, tudo pode vir a ser real quando se espera este nunca. O pior de tudo é saber que a vontade te bate à cabeça e você se pega gracioso, decolado pela desrazão de estar ali parado, sufocado, transtornado por tal gosto ferino e tonificante da sua magma vontade de arrancar as roupas. Na fuga mais saborosa, você decodifica a mais pura insensatez do estudo e se mostra como o motivo da minha raiva contorcida e presa por roupas, cintos e dogmas, fluindo os olhos (não piscar parece tão comum agora), na mais sincera vontade de te jogar no canto e mostrar o mais sincero dos órgãos do amor encostar seu espanto, seu sôfrego espanto e sua busca por palavras. Destruindo tudo que nos cerca, vejo que as suas lágrimas instintivas por defesa se contraporem a jovialidade do seu sorriso mais puro, gostoso, brincalhão, indefeso. Jogar seus braços para o alto e me aprisionar ainda mais na tua aurora fabulosa, deixando seus olhos saírem do susto para o querer um pouco mais saltitante, entornar gosto na tua língua e modificar a volúpia do ensejo em mais uma verdade que nos faz suspirar forte a ninfodemência por encarar, em ganar, enganar o mundo absoluto da minha mais simples carência, deixando que tudo a sua volta exploda em desgosto e carência, essa inveja fajuta por querer estar debaixo das carícias das mãos que tu admiras, e um tônus a mais nos funde os toques sabendo não mais nada e

um

um

singular

todos somos, todos estamos assim, somados pela mesma face que ataca a face da razão de barba bem feita e unhas rosadas e soca um olho dois olhos fechamo-nos entre nós; gracejo eterno desta soberba vontade de poder saber que enquanto estamos somados de singularidades tudo não mais tudo não mais nada pode ser a verdadeira sinestesia de algo um mais eu e você e tudo que sou tu és grandioso e a força fórça enforca o instinto assassino de te olhar e de me olhar e de me forçar a não ser mais nada a não ser você e eu e não fuja assim retorne e seja factóide narcisista ao me ver contigo comigo como somos nós e não mais nada de mais ninguém a não ser nós,

Atenção!
Alguém a mais te tocou. O mundo parece figura única. Os olhos piscam. Os outros vão. O perfume passa. Seu perfume perde o cheiro...

- Senhor, a xerox sai a dois reais e vinte e nove centavos.

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