domingo, 9 de setembro de 2012

Uma chave

Está preso do lado de fora
inerte
olhando a porta
que não se abre
não quer ser aberta!

Aí você olha a porta
ela é você
indomável
não tem fechaduras
mas maçaneta

Quando se coloca a mão no bolso
não há chaveiros
nenhum molho
mas há uma chave!

A chave tem reflexos
é um espelho
Aí você se vê
Está preso do lado de fora!

Em seus olhos
Você está solto do lado de dentro!

Dualismos

Hei de te dizer
que todo esse mal
que parece residir em seu peito
E não sai por nada

É você em sua realidade.

Porém, o fato de rir
escondendo essa natureza de todos
mascarando até a própria máscara
Também não deixa de ser você.

Será que ainda não entendeu
Que entre realidade e a camuflagem
Reside um também você
não aceitável, não aceito!

Parecendo indomável.

Você pode até beber
Você pode até fumar
escondido
revelando-se em sua solidão
Escondendo-se na coletividade
Escolhendo amigos que traduziriam a sua índole
Mas ali eles não são você
São apenas a tinta de sua camuflagem

"Diga-me com quem andas
Dir-te-ei quem és"

Você não é aquelas pessoas
Elas até são você

Então, o que vale?

A dúvida?